08/09/2025 - Clínicas e centros municipais de saúde suspenderam atendimento à população por mais de 500 vezes este ano
Um levantamento da secretaria municipal de saúde mostra que, de janeiro a julho deste ano, as unidades de atenção primária do Rio precisaram suspender o atendimento 516 vezes devido à insegurança causada por tiroteios e conflitos entre facções criminosas.
As regiões mais afetadas são as zonas Norte e Oeste da cidade. Pelo menos três clínicas da família estão fechadas atualmente devido à insegurança, e não têm previsão de reabrir: duas em Santa Cruz e uma em Costa Barros.
Mapa de atendimentos suspensos por tiroteio ou insegurança nas imediações de unidades de saúde
Reprodução/GloboNews
Segundo informações do Instituto Fogo Cruzado, só em Costa Barros, foram 38 tiroteios, 9 mortos e 18 feridos entre primeiro de janeiro e nove de setembro desse ano.
R$ 215 mil em prejuízos
Reprodução/GloboNews
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Só na última quinta-feira, dez unidades de atenção primária precisaram suspender os atendimentos por causa de confrontos durante uma operação das polícias civil e militar em Senador Camará, na zona oeste do Rio. A ação policial terminou com seis mortos.
"A gente tem um conflito armado, principalmente um conflito armado que se repete nas comunidades, a gente começa a ter... muitos problemas de saúde que vêm ligados a essa situação de insegurança", afirmou Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde.
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Prejuízo alto
Os dados também mostram que o prejuízo nas unidades de saúde com manutenção, reparos e reposição de equipamentos por causa dos impactos com os tiroteios foi de R$ 215 mil, de janeiro a setembro.
"Hoje, as autoridades de segurança pública têm uma escolha de Sofia para tomarem as suas decisões. Ou fazem as operações, e nós vamos ter, com certeza, esse resultado alarmante de violação de direitos humanos das pessoas que moram nesses espaços, ou não fazer as operações. Não fazendo as operações você tem um reforço, uma expansão territorial, reforço de capital humano dos dominadores do território", pontuou Ubiratan Ângelo, ex-comandante da Polícia Militar e especialista em segurança pública.
"Quando você fecha uma atenção primária, você interrompe, não é só a clínica fechar, você interrompe o dia a dia dos agentes comunitários de saúde, então as pessoas deixam de ser atendidas também dentro de casa", disse Ubiratan.
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