26/09/2025 - Glaidson Acácio dos Santos durante audiência ja Justiça Federal
Reprodução/Internet
A permanência de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins, no Rio de Janeiro virou motivo de impasse entre as justiças estadual e federal. Preso desde 2023 na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, ele retorna hoje à capital fluminense para participar de audiências presenciais nos dias 7, 8 e 9 de outubro, na 3ª Vara Federal Criminal.
Apesar do deslocamento, o juiz Thales Nogueira Cavalcanti Venancio Braga, do Tribunal de Justiça do Rio, determinou que Glaidson volte ao sistema prisional federal após as sessões.
Em sua decisão, o magistrado destacou que a própria Seção de Execução Penal de Catanduvas já havia apontado a permanência de Glaidson na liderança de uma organização criminosa, o que reforçaria a necessidade de mantê-lo em regime mais rígido. A determinação prevê ainda que o empresário continue em unidade federal por mais dois anos, a partir de 25 de janeiro de 2025.
“Eventual requisição para prática de ato processual pelo Juízo Federal da 2ª Região não tem o condão de alterar o conteúdo do que já foi decidido”, escreveu o juiz.
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A Justiça Federal havia determinado que ele voltasse ao sistema prisional do Rio de Janeiro. A decisão da Justiça Federal foi tomada após pedido da Justiça fluminense, que manteve o formato presencial das oitivas, apesar de manifestação da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), que sugeriu o uso de videoconferência para reduzir riscos à segurança pública.
De garçom a milionário: saiba quem é Glaidson
Veja abaixo reportagem sobre a transferência de Glaidson para o Paraná:
A Polícia Federal transferiu Glaidson Acácio dos Santos para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná
25 anotações criminais
O MP lembra que Glaidson foi pronunciado por homicídio em São Pedro da Aldeia, em 2022, e responde ainda por duas tentativas de assassinato em Cabo Frio.
O Faraó dos Bitcoins acumula 25 anotações criminais por crimes como organização criminosa, estelionato, denunciação caluniosa e homicídio, além de 73 registros de ocorrências policiais, sendo 69 como autor ou envolvido.
Movimentação de R$ 38 bilhões
Estimativas oficiais apontam que o grupo por ele comandado teria movimentado mais de R$ 38 bilhões no Brasil e no exterior.
A decisão também cita relatórios técnicos que confirmam a influência de Glaidson sobre a quadrilha, mesmo preso.
Em janeiro de 2024, sua esposa, Mirelis Yoseline Díaz Zerpa, foi presa nos Estados Unidos, acusada de movimentar cerca de 4.330 bitcoins, avaliados em aproximadamente R$ 1 bilhão. Em junho, ela foi deportada para o Rio.
Ao listar a continuidade dos crimes e o grau de periculosidade do réu, o juiz diz que "as audiências poderiam ter sido designadas de forma virtual", mas que não cabe a ele decidir sobre o formato.
O juiz observou que, como a Justiça do Rio manteve a determinação de audiências presenciais, deve-se cumprir o retorno do réu, em consonância com o Enunciado nº 42 do colegiado de juízes dos presídios federais, que prevê a devolução do preso ao estado de origem quando não se opta por videoconferência.
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